Para informações detalhadas sobre o programa de biologia, conteúdos mais importantes, inter-relação entre os temas e obras de referência consultar o segunte endereço do Ministério da Educação:
http://www.dgidc.min-edu.pt/programs/prog_hom/biologia_12_cch_homol.pdf
Industrialização e Crescimento Económico
O processo de industrialização e o consequente crescimento explosivo da população, em resultado da redução das taxas de mortalidade, fizeram aumentar de forma exponencial:
A Poluição: as actividades humanas lançam para a atmosfera uma grande diversidade de gases. Os países industrializados do Norte são os principais produtores mundiais e também os mais poluentes.
O consumo dos recursos do nosso planeta (água-energia-minerais): O crescimento económico ilimitado determinou níveis de consumo de recursos insustentáveis.
A Produção alimentar: aumenta todos os anos para satisfazer uma população em crescimento. A prática da agricultura intensiva e o aumento das áreas cultivadas têm reflexos negativos no ambiente acelerando o esgotamento dos solo e a desflorestação.
O nível de desenvolvimento e os impactos ambientais:
O Impacto ambiental do crescimento económico reflecte-se de modo diferente de acordo com o desenvolvimento económico dos países.
Países Industrializados: Podem atenuar os efeitos da industrialização:
Utilização de novas tecnologias, que têm conduzido à desaceleração do consumo de recursos escassos e à redução dos níveis de poluição.
Utilização, com grau crescente de importância, de novos materiais e energias alternativas, em resultado de investimentos consideráveis e de longos períodos de análise e pesquisa.
A aposta na investigação e utilização de novos materiais e fontes de energia, reflecte uma nova atitude ecológica por parte dos governos nacionais e das instituições internacionais.
Países em Desenvolvimento:
As indústrias que mais se apoiam nos recursos naturais e que são fortemente poluentes aumentam rapidamente nestes países.
Deslocalização de indústrias feita pelos países industrializados;
Necessidade de crescimento destes países.
A degradação ambiental é mais visível e dramática.
A redução dos efeitos secundários revela-se mais difícil nos países cujo domínio das tecnologias ainda não foi conseguido.
Os impactos ambientais são mais violentos devido à sua incapacidade tecnológica para fazer face à adversidade.
A inserção dos países do Sul na lógica da DIT dificulta a sua própria capacidade para reduzir o impacto ambiental das actividades humanas, na medida em que eles surgem como fornecedores de matérias-primas e mão-de-obra.
A degradação dos termos de troca, provocando um aumento da dívida externa, leva a tentativas desesperadas de aumentar as receitas que passam, inevitavelmente, pela sobreexploração dos solos e pela delapidação dos recursos do subsolo.
Embora as causas possam ser diversas e a sua origem geográfica muito distante, as consequências da acção do homem reflectem-se em todo o planeta, destruindo ecossistemas e pondo em causa o equilíbrio bioclimático global.
A problemática da contabilização dos custos da poluição:
A atitude de desresponsabilização dos actos de degradação ambiental assumida pelos governos e instituições internacionais um pouco por todo o mundo, tem-se revelado preocupante.
A não contabilização dos custos de poluição no cálculo dos custos de produção reflecte a irresponsabilidade de quem tem de definir as políticas ambientais e económicas a seguir em cada país, com prejuízos para as futuras gerações.
O alastramento e agudização da crise ambiental constituem uma ameaça à segurança nacional – e até à sobrevivência – mais perigosa do que podem vir a ser nações vizinhas com arsenal bélico considerável e mau génio.
Um pouco por todo o planeta surgem focos de tensão política e social, em resultado da degradação ambiental.
As despesas com a defesa continuam a ocupar uma parcela significativa dos orçamentos dos Estados, comprometendo o processo de desenvolvimento, nomeadamente na sua vertente ecológica:
Redução dos níveis de consumo dos recursos;
Redução da emissão de gases e outras formas de poluição.
Crescimento Demográfico e Urbano
Impacto ambiental do Crescimento populacional:
O crescimento explosivo da população constitui um dos principais problemas no início deste século.
O extraordinário crescimento demográfico, que os países em desenvolvimento têm conhecido no último século, ultrapassa largamente a estagnação demográfica recente dos países industrializados e tem determinado uma taxa de crescimento populacional global muito elevada.
O crescimento da população mundial aumentou o consumo dos recursos do planeta, na medida em que cada pessoa necessita de satisfazer as suas necessidades básicas.
Danos nos ecossistemas resultantes das actividades humanas:
desflorestação;
poluição (industrial, agrícola e doméstica);
contaminação de águas e solos;
esgotamento dos solos resultante de práticas agrícolas e da pressão alimentar;
diminuição do número de efectivos de algumas espécies e extinção de outras, resultante da pesca e caça excessiva.
Quanto maior o número de habitantes, maiores as exigências impostas ao meio ambiente, não só ao nível da exploração dos seus recursos, mas também no modo como serão absorvidos pela biosfera as grandes quantidades de resíduos e gases poluentes.
Impacto ambiental das elevadas concentrações urbanas:
Apesar da diversidade de situações o crescimento urbano não foi acompanhado, na maioria dos países, por um investimento do Estado na organização de sistemas eficazes de fornecimento de água limpa, de esgotos, de transportes e de escolas.
Países desenvolvidos:
A taxa de urbanização é maior.
O crescimento urbano estagnou há já alguns anos, o que de algum modo permituiu atenuar ou diminuir os níveis de poluição registados.
A inovação tecnológica, a produção de legislação restritiva e os investimentos significativos contribuíram para melhorar a qualidade do ar.
No entanto, os padrões de vida e o domínio tecnológico elevado acabam por implicar a utilização de quantidades de energia muitas vezes superiores às dos PED.
O desemprego, a deterioração das infra-estruturas, a decadência dos bairros centrais e dos subúrbios e a própria degradação ambiental, podem conduzir à inversão do processo de desenvolvimento, ao declínio económico e à decadência das cidades.
O problema do tratamento e armazenamento dos resíduos sólidos atinge uma dimensão preocupante.
O controlo da poluição resultante do aumento dos resíduos sólidos requer grandes investimentos. A aplicação de novos sistemas de armazenamento e tratamento de lixos tem sido realizada de forma muito lenta.
Há ainda uma elevada percentagem de resíduos sólidos que são incinerados ou lançados em lixeiras a céu aberto sem qualquer tratamento.
A compostagem ou os aterros sanitários, como formas de armazenamento dos lixos, e a reciclagem de materiais, como processo de tratamento e reaproveitamento do lixo, representam valores relativamente baixos apesar da evolução considerável nos últimos anos.
Países em Desenvolvimento:
Verifica-se um forte êxodo rural devido à procura de melhores condições de vida e bem-estar.
A progressão das taxas de urbanização é mais elevada nestes países, pelo que os efeitos ambientais são mais gravosos, particularmente em relação ao saneamento e à poluição atmosférica.
O problema da poluição do ar e da água, os ruídos e a poluição por resíduos sólidos assume assim nestes países maior gravidade.
A expansão descontrolada das cidades, a insuficiência das infra-estruturas essenciais e o seu estado avançado de degradação dão origem à proliferação de doenças.
A deterioração das canalizações e da rede de esgotos contaminam a água potável.
As indústrias lançam os seus resíduos para os rios sem qualquer tratamento, em redor dos quais se amontoa uma parte considerável da população, que vive assim numa grande promiscuidade, em terrenos que ninguém quer.
Os lixos acumulam-se nas ruas ou em lixeiras a céu aberto sem preocupações especiais com a impermeabilização dos solos. A recolha e tratamento dos resíduos sólidos é insignificante.
O crescimento urbano tem vindo a fazer-se em terrenos de boa aptidão agrícola.
Inexistência de uma estratégia explícita que possa controlar o crescimento das megacidades, a degradação urbana e o aumento da poluição.
Por vezes com origens ou causas bem definidas/localizadas, a degradação ambiental multiplica-se a um ritmo mais acelerado; as suas consequências são imprevisíveis mas estão em marcha e não deixarão de afectar todos os países sem excepção.
Com as catástrofes locais de amplas consequências percebemos que os problemas ambientais ignoram as fronteiras nacionais afectando vastas regiões do planeta.
Quase todos os países industrializados se debatem com um conjunto de fenómenos de degradação ambiental resultantes do aumento da poluição:
contaminação das águas e inquinação de toalhas freáticas;
saturação dos solos por excesso de utilização de fertilizantes e pesticidas;
urbanização intensa de regiões ecologicamente frágeis como as zonas costeiras;
chuvas ácidas resultantes das emissões de CO₂, metano ou ácido sulfúrico para a atmosfera;
produção de resíduos nocivos e o seu lançamento no solo, no ar e na água.
Nos países em desenvolvimento a degradação do ambiente generaliza-se atingindo dimensões consideráveis tais como:
desertificação
desflorestação
erosão e salinização dos solos
inundações
urbanização selvagem das áreas periféricas das megacidades envolvidas por uma atmosfera irrespirável constituída por dióxido de enxofre, CO e NO₂ (causadores de doenças respiratórias, cardíacas, cerebrais e depressivas).
A consciencialização da globalização dos fenómenos é fundamental. O perigo da ruptura definitiva dos equilíbrios bioclimáticos é real.
Grau de interdependência entre os fenómenos locais e globais:
Os problemas ambientais ignoram as fronteiras nacionais.
Os problemas ambientais globais resultam do somatório de desiquilíbrios ecológicos à escala global.
A dinâmica de funcionamento do planeta Terra distancia espacialmente a origem, da zona ou região onde se repercutem com maior intensidade os fenómenos de degradação ambiental.
Os problemas globais que perturbam o planeta mostram-nos a precaridade desses equilíbrios, pela complexidade e generalização dos fenómenos que hoje afectam a «nossa casa», tais como:
intensificação do efeito de estufa devido ao aumento das emissões de CO₂;
contaminação da cadeia alimentar e redução da diversidade de espécies;
redução da espessura da camada de ozono, nomeadamente sobre a Antárctida.
As perturbações do «efeito de estufa natural»
Efeito de Estufa - Fenómeno natural benéfico, que aquece a Terra e a torna habitável. O CO₂ capta o calor e aumenta a temperatura da Terra, como um cobertor ou, mais precisamente, como uma estufa que deixa a energia do Sol entrar mas a impede de sair.
Problema: Os gases de efeito de efeito de estufa, que estão a acumular-se exponencialmente na atmosfera, estão a armazenar excessivamente calor que de outra forma de libertaria no espaço, o que fará aumentar a temperatura da Terra acima do que seria normal noutras condições
Causas do aumento de CO₂ na atmosfera:
Emissões de gases resultantes de combustão dos combustíveis fósseis (indústrias, veículos automóveis)
Utilização de aerossóis
Desflorestação.
Apesar das reduções recentes verificadas em alguns gases do efeito de estufa, o aumento do gás carbónico na atmosfera continua a verificar-se, admitindo-se uma duplicação destes gases dentro de 40 anos, o que provocará um aumento de 1,5°C a 4,5°C na temperatura média do ar na baixa troposfera.
Corrente optimista: admite que a população do planeta se estabilizará nos 8,5 milhões de seres humanos, e que a biosfera possui potencialidades de auto-regeneração e de defesa imunológica capazes de reestabelecer os equilíbrios perdidos.
As perspectivas futuras são pouco animadoras se atendermos aos seguintes aspectos:
a população mundial continua a crescer
a expansão industrial só agora se verifica em muitos países
a reduzida capacidade dos oceanos e das plantas para absorver a grande quantidade de CO₂ lançado para a atmosfera
a contribuição cada vez mais intensa dos países em desenvolvimento para a poluição, onde a incapacidade financeira e tecnológica não permitirá controlar, num futuro próximo, o lançamento de gases resultantes do consumo de energia, da desflorestação e até da queima de gás natural excedentário
O ritmo de concentração de gases do efeito de estufa é superior à capacidade humana para impor restrições às suas actividades.
Consequências do aumento global da temperatura média:
aumento do nível médio das águas do mar, em resultado da expansão térmica dos oceanos e da fusão dos glaciares e das calotes de gelo polares
desertificação de vastas áreas em resultado do aumento da temperatura, sobretudo em regiões intertropicais
alterações no ciclo hidrológico com profundas consequências nos ecossistemas naturais e na agricultura, em resultado das mudanças no regime de precipitações a nível mundial (distribuição e frequência)
desequilíbrio nos ecossistemas
aumento significativo da frequência de catástrofes naturais
desenvolvimento de novas epidemias.
Apesar deste cenário, há ainda aqueles (EUA, Japão) que por motivos pouco compreensíveis não ratificaram o Protocolo de Qyoto que traça uma linha de combate às alterações climáticas.
Razões que contribuem para a dificuldade em travar o aquecimento global:
Países Desenvolvidos:
Embora sejam os que mais contribuem para o aquecimento global, não querem abdicar dos benefícios conseguidos com as actividades causadoras do efeito de estufa.
A aposta nas tecnologias limpas e nas energias renováveis implica investimentos acrescidos e a reconversão dos métodos de produção;
Travar o aquecimento do planeta implica crescer a um ritmo menos acelerado, o que se traduz em lucros mais reduzidos a curto prazo para as empresas.
Países em Desenvolvimento:
menos responsáveis pelo aquecimento global, consideram que também têm direito a desenvolver actividades que conduzam a um crescimento económico se bem que prejudiciais ao ambiente;
Estes países não querem introduzir novos métodos menos prejudiciais se os países desenvolvidos não o fizerem também, pois esta introdução acarretaria custos muito elevados, que encareceriam os produtos nos mercados internacionais, contribuindo ainda mais para a degradação dos termos de troca dos PVD.
Sugerem que a mesma introdução seja financiada pelos PD uma vez que estes são os responsáveis pela situação.
O grau de incerteza quanto ao futuro do ambiente bioclimático da Terra deve servir de incentivo à alteração imediata do nosso comportamento face ao meio.
Redução da Camada de Ozono
Camada de Ozono estratosférico - Constitui um filtro frágil, com espessura reduzida mas vital à vida no nosso planeta, pois impede que as radiações ultra-violetas atinjam a superfície terrestre.
Situação problemática: há uma relação estreita entre a redução da camada de ozono, o aparecimento de «buracos» e o aumento da concentração atmosférica de constituintes do Clorofluorcarboneto (CFC).
É habitualmente utilizado nos frigoríficos e nos sistemas de ar condicionado bem como, de uma forma generalizada, em toda a indústria e em muitos outros produtos, nomeadamente como gases de propulsão (srays).
A sua grande estabilidade química permitiu a utilização em larga escala na indústria desde os anos 20. Essa mesma característica permite que, depois de lançado na atmosfera, possa manter-se activo por um período superior a 50 anos.
Além de darem um poderoso contributo para a perturbação do efeito de estufa, os CFC’s, ao provocarem a diminuição da camada de ozono, estão a aumentar a possibilidade de os raios ultravioletas chegarem à superfície terrestre
Consequências a médio prazo do aumento da incidência de UV:
aumento do cancro de pele
aumento dos problemas oftalmológicos com particular incidência no nº de casos de cataratas
destruição do plâncton dos oceanos
ruptura de cadeias alimentares
A redução da camada de ozono tem sido particularmente importante:
nas latitudes médias do Hemisfério Norte onde vivem 75% dos seres humanos;
em todas as regiões a Sul do paralelo 60° S.
A consciencialização da gravidade dos efeitos ambientais da contínua utilização de CFC’s, levou a comunidade internacional a reagir de forma rápida e decisiva no sentido de reduzir drasticamente a sua produção.
Protocolo de Montreal (1987) – um grande número de países signatários declararam diminuir a emissão de CFC’s e outros gases poluentes até final do século.
A resposta internacional, apesar de digna, não resolveu todos os problemas associados à destruição da camada de ozono.
Mesmo que se parasse neste preciso momento todas as emissões desses gases, a herança de várias décadas de uso intensivo ameaça repercutir-se de forma contínua e duradoura.
Razões para encarar o futuro com esperança:
o recente alargamento do número de compostos químicos sujeitos a controlo
a criação de um fundo multilateral capaz de ajudar os países em desenvolvimento a aderirem ao Protocolo de Montreal e, por essa via, efectuarem um esforço na sua aplicação
possibilidade da troca de tecnologias entre os países com graus de desenvolvimento diferentes, com base em fundos multilaterais.
Aumento das Chuvas Ácidas
Chuva Ácida - Deposição húmida de poluentes atmosféricos, em especial derivados do SO₂ e NO₂, que se dissolvem nas nuvens e gotas de chuva, formando ácido sulfúrico (H₂SO₄) e ácido nítrico (HNO₃) – embora o termo inclua também, hoje em dia, a deposição seca dos poluentes atmosféricos (derivados gasosos e partículas).
Situação Problemática: os níveis de acidez da chuva e neve indicam que em muitas partes do mundo a precipitação atmosférica passou de uma solução quase neutra para uma solução diluída de ácido nítrico e ácido sulfúrico extremamente corrosiva e poluente.
As regiões urbano-industriais são as principais responsáveis pela emissão dos gases causadores deste fenómeno (indústria e veículos automóveis).
Mesmo em áreas virtualmente «desindustrializadas» como os trópicos, a chuva ácida ocorre principalmente em função da queima das florestas e do transporte pelo vento do ar poluído.
Os efeitos das chuvas ácidas fazem-se sentir um pouco por todo o globo:
nas florestas;
nos solos - Como consequência da acidificação dos solos ou do ataque de poluentes directamente às folhas das árvores, vastas florestas estão a morrer.
na agricultura - Uma vez contaminados, os solos perdem determinados nutrientes diminuindo a sua vida biológica, o que conduz à infertilidade e à redução das áreas cultiváveis.
nos ecossistemas aquáticos - Os cursos de água e os lagos tornam-se tão ácidos, devido ao escoamento das chuvas ácidas e à poluição causada por resíduos tóxicos, que muitas populações aquáticas estão a ser dizimadas.
nos edifícios e monumentos - Também nos edifícios e monumentos urbano-industriais, a estrutura em aço, zinco, grés, mármore ou calcário, determina a susceptibilidade da sua preservação face ao aumento da acidez das chuvas.
A redução das emissões dos compostos responsáveis pelo aumento das chuvas ácidas, insere-se num conjunto mais vasto de acções e protocolos cujo objectivo é reduzir em breve outros impactos da poluição atmosférica, nomeadamente no efeito de estufa e na camada de ozono.
Desflorestação
Importância da cobertura vegetal: para além de representar um recurso renovável, exerce funções vitais no planeta:
geram e protegem os solos, atenuando os efeitos corrosivos das chuvas, fixando os solos;
moderam o clima;
armazenam CO₂ e libertam O₂;
reduzem os riscos e as consequências das inundações;
armazenam água;
abrigam a grande maioria das espécies terrestres.
Situação Problemática: a taxa de desflorestação não tem parado de aumentar, apesar da área coberta por florestas estar a diminuir progressivamente há séculos (a taxa anual de desarborização varia, segundo as estimativas, entre os 10 e 15 milhões de hectares, ou seja, uma vez e meia a superfície de Portugal).
Causas da desflorestação:
pressão demográfica
causas económicas
causas agropecuárias
lógica de funcionamento do sistema económico internacional e necessidade de alguns países gerarem riqueza para saldarem a dívida externa
métodos modernos de derrubar as árvores que contribuem substancialmente para o rápido declínio das florestas
recurso a economias agropecuárias nos países em desenvolvimento, que se revelou uma estratégia lucrativa a curto prazo, caracterizada pela utilização extensiva de terras desflorestadas, em zonas de baixa densidade populacional
políticas de desenvolvimento sustentadas na expansão de monoculturas para exportação
facilidades na obtenção de terra nalgumas regiões, bastando para isso desflorestá-la e usá-la (nomeadamente a ETN’s)
Efeitos nefastos da desflorestação:
consequência ecológica significativa ao reduzir o reservatório de carbono armazenado na biomassa, e que é proveniente da fixação por fotossíntese do gás carbónico existente na atmosfera;
contribui para reforçar o efeito de estufa, na medida em que o aumento das emissões de CO₂ em resultado de fogos ateados pelo homem deixam de ser compensados, já que a regeneração florestal é substituída por superfícies agrícolas ou de pastagem;
empobrece a biodiversidade, provocando a extinção das espécies (2/3 das espécies animais e vegetais vivem nestes habitats;
acelera a intrusão do deserto, pois os solos florestais são frágeis – tornando-se improdutivos rapidamente em resultado da prática de uma agricultura intensiva e de uma pastorícia extensiva – e facilmente erodidos por acção das chuvas torrenciais tropicais que levam a fina camada de solo arável;
altera o ciclo hidrológico e consequentemente o regime de precipitações, já que uma parte do vapor de água existente na atmosfera resulta da evaporação da transpiração estomática das florestas;
ameaça a sobrevivência de povos nativos na Amazónia, no Bornéu ou em várias regiões da Indonésia.
A comunidade internacional pouco fez no sentido de reduzir de forma drástica a elevada taxa de desflorestação.
O futuro das florestas dependerá da capacidade de limitar a desflorestação e o uso extensivo de terra, aumentando ao mesmo tempo a produção de alimentos nas áreas agrícolas existentes.
Esgotamento dos Solos
Solo - Epiderme das terras emersa, ou seja, fina camada de terra móvel que cobre grande parte dos continentes. Isto é, é uma película frágil da qual depende a produção alimentar que sustenta os seres vivos.
Causas da erosão dos solos:
actividade humana
exaustão das fontes de irrigação
desflorestação
explosão demográfica e ocupação humana de zonas costeiras sensíveis (dunas, praias, falésias)
necessidades de crescimento
pressão da produção de alimentos através de uma agricultura de subsistência ou comercial, do tipo monocultural e extensiva, e da agropecuária, em terras pouco férteis e semi-áridas
retenção das areias pelas barragens, que deixam de ser transportadas até ao oceano, acumulando-se.
Consequências do mesmo:
fenómeno de hidromorfia (excesso de água), de salinização e de alcalinização que se desenvolvem em alguns anos em consequência de uma irrigação mal gerida
acidificação em resultado da fixação nos solos de poluentes emitidos para a atmosfera nas regiões urbano-industriais;
acumulação nos solos de metais pesados, de pesticidas, de materiais orgânicos tóxicos e de elementos radioactivos que contaminam a cadeia alimentar e reduzem a fertilidade;
«consolidação» dos solos, particularmente os agrícolas, com a construção civil, processo este completamente irreversível;
desflorestação de vastas zonas tropicais que pôs a nu os solos já de si frágeis, tornando-os facilmente erodidos pelos agentes atmosféricos.
Além do impacto directo nas áreas imediatamente vizinhas, outras regiões circundantes são afectadas por invasão de areias ou por alterações do regime agrícola e, consequentemente, pelo aumento dos riscos de erosão do solo e assoreamento.
A tomada de consciência das degradações actuais começa, no entanto, por se fazer principalmente sob pressão das evidências económicas, particularmente da redução dos rendimentos agrícolas e do avanço da desertificação.
A necessidade de proteger o solo obriga-nos a encontrar progressivamente uma agricultura menos artificial, menos poluente. Apesar de menos produtiva, pode ser economicamente rentável, com produtos, água e ar de qualidade.
A Escassez e Degradação das Águas (doce e marinha)
A utilização excessiva da água, as irregularidades na sua distribuição espacial (só 2,5% do total de água é doce e dessa percentagem mais de ¾ encontra-se sob a forma de gelo), a variação irregular das precipitações interanuais (em consequência das alterações climáticas em curso) e a poluição estão a provocar danos irreparáveis em muitas regiões do mundo quer do ponto de vista biogeográfico quer económico.
A água é indispensável à vida. Componente essencial de todos os seres vivos, a escassez e a degradação da água tem efeitos gravíssimos sobre a flora, a fauna e a saúde humana.
O desenvolvimento também está condicionado pela disponibilidade de recursos hídricos pois estes são:
uma importante fonte de energia
essenciais ao funcionamento da actividade económica (agricultura, comércio, transportes, indústria) e da actividade doméstica.
A água constitui um factor de progresso e desenvolvimento.
À medida que a indústria e a agricultura se desenvolveram e a população cresceu, o consumo de água aumentou, descurando a limitação dos recursos de água, e acreditando na capacidade ilimitada do ciclo hidrológico de a renovar
A poluição das águas continua a aumentar devido:
à sobreexploração das águas continentais (rios, albufeiras, lagos e toalhas freáticas) reduzindo os seus níveis e consequentemente a sua capacidade de autodepuração e diluição dos resíduos;
A quantidade de água doce para irrigação tem vindo a decrescer à medida que as necessidades de água para uso industrial e municipal crescem.
ao aumento do número de efluentes e da quantidade de água que retorna ao ciclo contaminada por componentes tóxicos e pouco ou nada biodegradáveis.
Em quase todas as regiões urbanas, indústriais e agrícolas, vastos recursos aquíferos são contaminados, devido às fugas verificadas nos aterros sanitários, ao grande número de fossas sépticas e às águas residuais da agricultura. Serão necessárias décadas ou séculos para que a limpeza natural desses reservatórios seja feita.
ao aumento da poluição atmosférica que acelera as transferências de substâncias poluentes entre o ar e a água, nomeadamente através das chuvas ácidas.
Ao produto da pesca intensiva, que continua a crescer globalmente, o que se reflecte na diminuição do número de efectivos de algumas espécies.
Os níveis racionais de exploração já foram ultrapassados em algumas zonas de pesca – exemplo: mar Aral, no Turquistão, reduziu o seu volume de água em 60% e a área ocupada em 40% durante 30 anos de exploração intensiva e de desvio dos seus afluentes (construção de barragens).
O aumento da poluição e a intensificação da pesca estão a pôr em risco os ecossistemas marinhos e, por consequência, a indústria das pescas e a própria alimentação humana.
Os efeitos da poluição dos oceanos são, há algumas décadas, visíveis ao nível das costas e recifes onde se concentra grande parte da vida marinha, mas podem também ser observados em toda a extensão oceânica.
Tendo em conta o aumento das necessidades de água, assistimos a uma competição crescente pelo controlo deste recurso. Têm-se registado disputas pela água dos rios e dos lençois subterrâneos em diversas zonas do mundo.
A interferência nos ciclos da água chegou a níveis nunca atingidos. Barragens enormes retêm parte dos caudais dos rios. As tensões regionais entre países pelo controlo e gestão das águassão uma realidade.
«A água é o petróleo do século XXI»
Diminuição da Biodiversidade
Biodiversidade - variabilidade dos organismos vivos nas suas relações com o meio onde vivem. Admite-se que esta variabilidade diminua por causa da destruição progressiva dos meios onde habitam esses organismos. Mesmo nos ecossistemas artificiais, a biodiversidade será tanto maior quanto mais diversificado e complexo for o ecossistema.
Importância da Biodiversidade:
Valor Genético: fornece recursos essenciais para a produção de medicamentos e vacinas
Valor Económico: muitos dos produtos são essenciais no fabrico de vestuário, de produtos químicos ou são utilizados na alimentação (mantendo-se assim as dietas alimentares de cada povo).
Valor Ambiental: garante o equilíbrio dos ecossistemas e o consequente equilíbrio bioclimático e contribui para a regulação e fertilidade dos solos.
Situação Problemática: Apesar de vivermos o período mais rico em termos de biodiversidade, prevê-se que o mundo perca de 2% a 7% das suas espécies nos próximos 20 anos, ao ritmo de 20 a 75 espécies por dia.
O aumento do número de efectivos humanos desenvolveu um processo contrário em outras espécies. Em cada dia que passa a herança genética da «nossa casa» vai-se perdendo, irremediavelmente.
Causas da redução da Biodiversidade:
desflorestação da floresta tropical onde vivem 2/3 das espécies da fauna e da flora do mundo;
pressão agrícola com a criação de ecossistemas artificiais protegidos dos seres indesejáveis;
caça não regulamentada que tem dizimado espécies (sem fins exclusivamente alimentares)
exploração contínua dos recursos não renováveis
pesca industrial
poluição da água, dos mares e dos solos.
Consequências desta redução: são imprevisíveis embora os cientistas alertem para o facto de que com as rápidas mudanças climáticas em curso e com a menor diversidade biológica, a capacidade de adaptação será menor comprometendo a evolução da vida no planeta e a sobrevivência dos seres humanos.
Os ecossistemas funcionam e têm vitalidade com base numa cadeia de interacções que, se interrompidas, põem em causa o seu equilíbrio.
Muitos esforços têm sido feitos no sentido de proteger os habitat mais significativos, através da criação de reservas biológicas, parques e áreas de protecção ambiental. No entanto, a escassez de recursos e a fiscalização inadequada fazem com que a protecção não ocorra efectivamente na maior parte delas.
A maioria dos santuários de biodiversidade localizam-se nas regiões menos desenvolvidas. Porém, os PVD não têm capacidade técnica e financeira par afazer face aos problemas ambientais e preservar a biodiversidade. A maioria dos impactos ambientais resultam do nível de pobreza que atingiram, da deslocalização de indústrias poluentes por parte dos países mais industrializados e das estratégias de desenvolvimento adoptadas, baseadas na sobreexploração dos recursos primários. O esforço para reduzir o défice da balança comercial traduz-se numa delapidação desses recursos.
Esgotamento dos recursos energéticos não renováveis
O crescimento económico ilimitado, nos países industrializados, motivou modos de comportamentos e estilos de vida («sociedade do desperdício») incompatíveis com a capacidade de renovação dos recursos e com a sua escassez.
O ritmo acelerado de consumo dos recursos, nomeadamente os energéticos, contrasta com a sua lenta regeneração.
Os profundos desiquilíbrios sociais determinam diferentes capacidades de acesso e utilização, com efeitos diversos sobre o ambiente.
O fluxo de combustíveis fósseis é limitado, não só na origem (reservas) mas também na capacidade dos depósitos (atmosfera, hidrosfera, litosfera) que armazenam o resultado da combustão dos combustíveis fósseis.
Apesar da grande quantidade de carvão existente no subsolo, o seu uso será limitado pela capacidade da atmosfera em absorver o CO₂ produzido durante a sua utilização;
O petróleo esgotar-se-à na fonte no decurso deste século, ao mesmo tempo que a sua combustão continuará a reforçar o efeito de estufa;
O Gás natural, de todos o menos poluente, apesar de terem sido descobertas jazidas e de as estimativas das reservas serem consideráveis, o aumento da sua utilização conduzirá ao seu esgotamento num prazo nunca superior a 240 anos, mas que poderá muito bem ser de apenas 50 anos.
Esgotamento dos recursos minerais não renováveis
A grande maioria das matérias-primas constituem também recursos não renováveis que, com excepção do ferro e do alumínio, são extremamente limitados.
Mantendo o ritmo de crescimento da utilização das diversas matérias-primas, para além de reduzir a concentração de minério, aumenta o uso dos combustíveis fósseis para a sua exploração e a produção de resíduos, e emite poluentes durante todo o processo saturando os depósitos.
O Esgotamento dos recursos e a necessidade de gestão do crescimento demográfico
A Terra é só uma, mas a multiplicidade dos sistemas/organismos que a utilizam não o são.
Os seres humanos individualmente ou em comunidade, numa região ou país lutam pela sobrevivência e pela prosperidade sem cuidar muito do que daí possa resultar para os outros. As consequências são desastrosas e globais e não dependem do grau de desenvolvimento.
Nos países industrializados, os elevados padrões de consumo estimulam a utilização dos recursos não renováveis e favorecem o desperdício. Nos países em desenvolvimento, com dívidas externas asfixiantes, a luta pela sobrevivência determina níveis de exploração dos recursos insustentáveis no futuro.
A crescente internacionalização da economia alarga a dimensão das consequências do funcionamento do sistema a todo o planeta. Os efeitos ambientais globalizam-se; a economia e a ecologia não podem dissociar-se.
Face à delapidação dos recursos no nosso planeta, teremos que crescer a um ritmo mais lento e até inverter as tendências de crescimento demográfico, de modo a reduzir as necessidades de consumo sem prejudicar o processo de desenvolvimento.
A sustentabilidade do desenvolvimento está intimamente relacionada com a dinâmica do crescimento demográfico.
Se é verdade que a redução das taxas actuais de crescimento populacional nos países em desenvolvimento é um imperativo ao desenvolvimento sustentável, também não é menos verdade que qualquer indivíduo que viva num país industrializado representa um encargo maior para a capacidade da Terra do que qualquer cidadão de um país mais pobre.
As ameaças à sustentabilidade dos recursos tanto vêm das desigualdades de acesso a esses mesmos recursos, como da forma como são usados, ou simplesmente do número de pessoas que os utilizam. Os padrões de consumo são tão importantes como o número de consumidores para a conservação dos recursos.
O equilíbrio entre a dimensão da população e os recursos disponíveis, a taxa de crescimento demográfico e a capacidade da economia em satisfazer as necessidades básicas da população, sem pôr em risco as gerações futuras serão com certeza o grande desafio das políticas de desenvolvimento nos próximos anos.
O caminho a percorrer rumo à sustentabilidade não é fácil, pois terá obviamente que passar por um conjunto de acções diversificadas:
limitar o crescimento demográfico;
controlar o impacto deste crescimento sobre os recursos;
aumentar a eficiência dos recursos (menos desperdício, menor consumo, maior durabilidade);
elevar o potencial humano (educação e formação);
melhorar os sistemas de segurança social.
A gestão dos recursos e as alternativas ao seu esgotamento
Biotecnologia
Biotecnologia pode representar de alguma maneira a evolução da ciência e da técnica postas ao serviço da defesa e boa gestão dos recursos e do ambiente.
Pode ser aplicada na:
Silvicultura – maior resistência das árvores às doenças, optimização dos rendimentos, menor recurso aos adubos.
Benefícios na agricultura:
luta contra a erosão dos solos
tolerância vegetal às intempéries
criação de espécies resistentes aos parasitas
melhoria do valor nutritivo dos vegetais
luta contra a putrefacção dos frutos e legumes
aumento dos rendimentos agrícolas e da fertilidade dos solos
melhoria do processo de fotossíntese
Criação de gado – impulso das terapias hormonais, aperfeiçoamento de novas vacinas, novas técnicas de inseminação artificial.
Domesticação de microorganismos – melhorando a eficiência do processo de fermentação com aplicações na produção agro-alimentar (queijo, iogurte, cerveja), plásticos biodegradáveis, energis a partir de resíduos de matérias-primas e de lixos diversos.
Saúde – permitindo a produção da insulina e da hormona do crescimento por crescimento por bactérias previamente programadas em laboratório.
A biotecnologia permite reduzir os níveis de poluição dos processos de fabrico, aumentando o número e a intensidade de reacções químicas idênticas às da natureza.
O aproveitamento da intelegência artificial tem permitido avanços significativos da engenharia genética e molecular.
Consequências da produção e comercialização de plantas trangénicas (sementes sintetizadas em laboratório):
Positivas:
Aumento da produtividade agrícola, devido ao crescimento mais rápido dos produtos trangénicos e à redução dos custos do processo produtivo;
Diminuição da utilização de pesticidas e herbicidas devido à maior resistência a doenças e pragas das plantas trangénicas;
Negativas:
Alterações genéticas a grande escala e a introdução de bactérias e plantas mais resistentes, estão a inibir o crescimento ou a provocar a morte de outras plantas e micro-organismos necessários ao equilíbrio dos ecossistemas naturais – redução da biodiversidade.
Incertezas quanto aos seus efectívos benefícios (ou será malefícios?) para os seres humanos e para o equilíbrio ecológico do planeta – nomeadamente o seu impacto nas doenças degenerativas que afectam o homem, principalmente o cancro.
Uma vez que se trata de plantas com códigos genéticos melhorados em laboratório e, portanto, similares, no caso de epidemias ou pragas suficientemente fortes para as afectar, poderá ocorrer a extinção em massa de determinados tipos de plantas.
As «superplantas» necessitam de uma maior quantidade de nutrientes provenientes do solo para os seus processos energéticos, provocando desta forma o esgotamento dos solos num período de tempo muito inferior ao normal.
Política dos 3 Erres: a Reciclagem
Os 3 Erres: Recuperar/Reduzir, Reciclar, Reutilizar.
Potencialidades e benefícios da reciclagem, atendendo ao aumento dos consumos, à escassez dos recursos e ao facto de muitos não serem renováveis:
maior eficiência
mais tempo de vida do produto
redução dos gastos de matérias-primas
A separação e a reciclagem dos materiais após a sua utilização constituem passos significativos na defesa do ambiente. Por um lado transforma-se um resíduo potencialmente poluente num recurso útil, por outro lado, aumenta-se consideravelmente o ciclo de vida do produto, reduzindo-se a incorporação na produção de mais matérias-primas.
Vantagens indirectas da reciclagem:
Constituição de empresas com o objectivo de recuperarem os lixos industriais e municipais – utilizam mão-de-obra e capital e promovem a reciclagem de resíduos sólidos industriais e urbanos.
Através de um processo complexo de triagem, compressão, obliteração, derretimento e purificação, as matérias-primas podem voltar ao ciclo produtivo.
Os próprios fabricantes estão a conceber produtos cuja separação final das matérias-primas é mais fácil.
Redução da quantidade de lixo cujo destino final seria a armazenagem em aterros sanitários ou a incineração, com consequências graves no aumento da poluição da atmosfera, dos solos e das toalhas freáticas.
A reciclagem não contribui só por si para a redução do consumo dos recursos e do desperdício verificado na sua exploração. Importa também aumentar o tempo de vida dos produtos melhorando as suas capacidades de duração e reutilização.
Utilização de energias alternativas
A utilização de energias alternativas (solar, eólica, geotérmica, das marés e das ondas, hidroelectricidade, fusão nuclear e biomassa – matéria orgânica de origem animal ou vegetal e os resíduos resultantes da transformação natural ou artificial dessa matéria) a partir de fontes renováveis, em conjunto com uma maior eficiência energética, poderão conduzir à manutenção ou até à redução dos níveis de consumo das fontes tradicionais.
As novas tecnologias permitem reduzir os custos e os gastos de energia sem prejudicar o conforto dos seres humanos e a produtividade das suas economias.
Para muitos PVD, a utilização de energias alternativas constitui, desde já, uma opção eficaz para reduzir os custos de projectos de desenvolvimento locais.
O aumento da eficiência na utilização da energia recorrendo a tecnologias novas, substituindo a energia produzida a partir dos combustíveis fósseis por energias renováveis, contribuirá para a redução das emissões de poluentes responsáveis pelo efeito de estufa. Os níveis de poluição provocados pelas energias alternativas são mais baixos que os que resultam da energia fóssil ou até nuclear.
O aumento da diversidade e eficiência de energias/recursos energéticos, conduzirá à sustentabilidade das actividades humanas e à redução dos prejuizos ambientais, diminuindo os riscos de esgotamento dos combustíveis fósseis e os níveis de emissões poluentes resultantes da sua utilização.
É evidente a necessidade de alterar os sistemas de produção tradicionais intensivos em matérias-primas, água e energia, para torná-los ecologicamente mais sustentáveis. O recurso a processos de fabrico baseados nas chamadas tecnologias limpas traz imensas vantagens.
Sistemas limpos de produção de alimentos e produtos manufacturados caracterizam-se por:
não contaminarem os ecossistemas ao longo de todo o processo de produção
preservarem a diversidade na natureza e na cultura
protegerem a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas necessidades
Protecção dos solos
A produção agrícola só pode ser sustentável a longo prazo se os solos mantiverem as suas capacidades produtivas.
A capacidade da Terra em produzir alimento dependerá:
da distribuição equitativa dos recursos pelas populações
da redução da expansão urbana e das áreas de pastagem (que ocupam terrenos de boa aptidão agrícola)
da gestão racional da água e da diminuição dos riscos de contaminação (adubos, pesticidas)
da utilização de sistemas de irrigação mais eficientes, que reduzam os gastos supérfluos, a hidromorfia, a compactação, a salinização e a alcalinização
da utilização de outras técnicas agrícolas mais adequadas
da preservação ou regeneração da cobertura vegetal original, de modo a proteger os solos da acção dos agentes erosivos (precipitação, vento, etc)
do investimento progressivo na agricultura biológica.