Sexta-feira, 28 de Abril de 2006
A Poluição das Palavras
 

A «poluição das palavras» é cada vez mais preocupante devido ao “aumento das suas emissões” pelos responsáveis políticos de todo o mundo, nomeadamente dos países desenvolvidos que são os únicos realmente capazes de pôr fim à grande maioria dos entraves ao desenvolvimento e dos problemas ambientais.

Muito embora tenham sido realizadas inúmeras conferências mundiais com o objectivo de alertar e encontrar estratégias para o combate a estes problemas e assinados muitos protocolos em que as nações se comprometem a contribuir para a sua resolução, a verdade é que estes instrumentos teóricos globais são muitas vezes ignorados quando se trata de passar à acção. Outras vezes, os tratados e protocolos resultantes destas cimeiras contemplam cláusulas previamente negociadas que permitem contornar os possíveis “incómodos” para os interesses instalados nos países de maior poder decisório (nomeadamente os económicos) ou, simplesmente, não contemplam os mesmos («o presidente norte-americano nada disse sobre as metas a estabelecer para reduzir as emissões do seu próprio país, o mais poluente do planeta.»). Há ainda outro método, muito em voga, para contornar obstáculos incómodos, que consiste em negociar os documentos resultantes das cimeiras e depois, simplesmente, não os ratificar.

Como forma de se redimirem, há aqueles que promovem acções para manobrar a opinião pública ou minorar os efeitos da inconsistência das suas políticas («Bill Clinton oferece175 milhões de contos para ajudar as nações em em desenvolvimento a reduzir as suas emissões»).

Perante este cenário, as questões que são levantadas parecem perfeitamente legítimas. A resposta a estas é que se afigura mais difícil: parece que estes resultados inconclusivos, cada vez mais frequentes na nossa cena internacional, resultam quer da irresponsabilidade dos países, que teimam em não tomar medidas concretas em resultado de uma má avaliação do impacto que os problemas desta natureza podem ter sobre todo o planeta, e não só a uma escala nacional ou regional, quer da incompetência e incapacidade técnica dos mesmos, na medida em que os problemas têm que ser resolvidos a uma escala global que pressupõe a implicação de todos os países, principalmente dos que possuem os meios técnicos e financeiros para essa mesma resolução, quer ainda, e principalmente, da falta de vontade e determinação em enfrentar os interesses instalados de uma minoria para a resolução de problemas que afectam a maioria e que, a longo prazo (mas cada vez mais curto), podem afectar toda a população mundial.



utilidade: F.Trabalho A defesa do ambiente e a utilização dos recursos
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publicado por Ana Silva Martins às 15:27
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